domingo, 27 de abril de 2014

ETAPA - Barroco

Alunos, desculpem o atraso nas postagens, isso não se repetirá.
Não postarei lista sobre o Arcadismo porque o assunto ainda não foi fechado. Na próxima aula ainda trabalharei os autores do período, ok? Caso queiram exercícios sobre os assuntos até então trabalhados, consultem a apostila de vocês (apostila 1), lá é possível encontrar algumas tarefas acerca do que tratamos até agora.
Beijo pra vocês!


1. (Unesp 2010)  A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
(...)
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.

(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”. In: Obra poética (org. James Amado), 1990.)

O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,
a) representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial.
b) critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira.
c) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana.
d) revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário.
e) valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.

MATOS, Gregório de. Poemas. Belo Horizonte: Autêntica Ed., 1998. p. 56.

Glossário:
carepa: caspa, sujeira.
galorpa: instrumento utilizado pelos carpinteiros para aplainar madeira.
increpar: censurar


2. (G1 - cftmg 2013)  O poema pode ser considerado exemplar da estética barroca porque
a) explora o conflito entre fé e razão.
b) estrutura-se sob a forma do soneto.
c) satiriza autoridades governamentais da época.
d) manifesta o rebuscamento próprio do Cultismo.

3. (G1 - cftmg 2013)  A ascensão de membros das classes inferiores aos postos tradicionalmente reservados à nobreza no Brasil Colônia é criticada metaforicamente em:
a) “A flor baixa se inculca por tulipa;”
b) “Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;”
c) “Mais isento se mostra o que mais chupa.”
d) “Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:”

4. (G1 - cftmg 2013)  NÃO se identificou corretamente o recurso empregado na construção do verso em:
a) “Para a tropa do trapo vazo a tripa” – aliteração.
b) “Quem menos falar pode, mais increpa:” – paradoxo.
c) “Bengala hoje na mão, ontem garlopa,” – metonímia.
d) “E mais não digo, porque a Musa topa” – metalinguagem.

5. (Ucs 2012)  As obras literárias marcam diferentes visões de mundo, não apenas dos autores, mas também de épocas históricas distintas. Reflita sobre isso e leia os fragmentos dos poemas de Gregório de Matos e de Tomás Antônio Gonzaga.

Arrependido estou de coração,
de coração vos busco, dai-me abraços,
abraços, que me rendem vossa luz.

Luz, que claro me mostra a salvação,
a salvação pretendo em tais abraços,
misericórdia, amor, Jesus, Jesus!

(MATOS, Gregório. Pecador contrito aos pés do Cristo crucificado. In: TUFANO, Douglas. Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 66.)

Minha bela Marília, tudo passa;
a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos deuses
sujeitos ao poder do ímpio fado:
Apolo já fugiu do céu brilhante,
já foi pastor de gado.

(GONZAGA, Tomás António. Lira XIV. In: TUFANO, Douglas Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 77.)

Em relação aos poemas, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo.

(     ) O poema de Gregório de Matos apresenta um sujeito lírico torturado pelo peso de seus pecados e desejoso de aproximar-se do Divino.
(     ) Tomás Antônio Gonzaga, embora pertença ao mesmo período literário de Gregório de Matos, revela neste poema um sujeito lírico consciente da brevidade da vida.
(     ) Em relação às marcas de religiosidade, a visão antagônica que se coloca entre os dois poemas reflete, no Barroco, a influência do cristianismo e, no Arcadismo, a da mitologia grega.

Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.
a) V – V – V
b) V – F – F
c) V – F – V
d) F – F – F
e) F – V – F

6. (Ufsm 2012)  A desarmonia e a contradição são características predominantes no Barroco. Observe os fragmentos poéticos de Gregório de Matos, a seguir transcritos, e verifique qual(quais) confirma(m) essas características.

I. "Amanheceu o dia prometido,/famoso, alegre, claro e prazenteiro;/bom dia, disse eu, para viagem.”
II. "O ódio é da alma infame companhia/a paz deixou-a Deus à cristandade;/mas arrastar por força uma vontade,/em vez de caridade é tirania.”
III. "De que pode servir falar quem cala?/Nunca se há de falar o que se sente,/Sempre se há de sentir o que se fala."

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) apenas II e III.

7. (Ufpr 2012)  Considerando a poesia de Gregório de Matos e o momento literário em que sua obra se insere, avalie as seguintes afirmativas:

1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade da época e encontram paralelo na obra de um seu contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da versatilidade do poeta, mas não são representativos da melhor poesia do autor, por não apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os poemas líricos ou religiosos apresentam.
3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras e de resultados tortuosos.
4. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata para a literatura uma dimensão social problemática da sociedade baiana da época: num país de escravos, o mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma sociedade violentamente desigual.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido
Ofendido vos tem minha maldade.

MATOS, Gregório de. Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade. In: Poemas escolhidos. Seleção, introdução e notas de José Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, s.d. p. 299.




8. (Ueg 2012)  A profusão dos elementos que compõem as imagens corresponde, nos versos de Gregório de Matos, a uma linguagem
a) neologista.
b) racionalista.
c) rebuscada.
d) sarcástica.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”

Observação:
hei pecado = tenho pecado
delinquido = agido de modo errado


9. (Mackenzie 2012)  Na estrofe, o poeta
a) dirige-se ao Senhor para confessar os pecados e submete-se à penitência para obter a redenção espiritual.
b) invoca Deus para manifestar, com muito respeito e humildade, a intenção de não mais pecar.
c) estabelece um diálogo de igual para igual com a divindade, sugerindo sua pretensão de livrar-se do castigo e da piedade de Deus.
d) confessa-se pecador e expressa a convicção de que será abençoado com a graça divina.
e) arrepende-se dos pecados cometidos, acreditando que, assim, terá assegurada a salvação da alma.

10. (Mackenzie 2012)  É traço relevante na caracterização do estilo de época a que pertence o texto:
a) a progressão temática que constrói forças de tensão entre pecado e salvação.
b) a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo onírico do poeta.
c) os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema rímico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico.
d) a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o conhecimento verdadeiro e redentor.
e) a força argumentativa de uma poesia com marcas exclusivas de ideais antropocêntricos.

11. (G1 - cftmg 2011)  Sermão de Santo Antônio
Vos estis sal terrae. São Mateus, vs. l3

“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal e impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como esta a nossa, havendo tantos nela que tem oficio de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não e tudo isto verdade? Ainda mal.”

(Pregado em Sao Luiz do Maranhao, ano de 1654.)

Nesse fragmento, não há
a) organização textual marcada por paralelismos sintáticos.
b) reflexão construída a partir de uma imagem metafórica.
c) intenção moralizante contra a depravação de costumes.
d) argumentação elogiosa aos evangelizadores.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO

Senhora Dona Bahia,
nobre e opulenta cidade,
madrasta dos naturais,
e dos estrangeiros madre:

Dizei-me por vida vossa
em que fundais o ditame
de exaltar os que aqui vêm,
e abater os que aqui nascem?

Se o fazeis pelo interesse
de que os estranhos vos gabem,
isso os paisanos fariam
com conhecidas vantagens.

E suposto que os louvores
em boca própria não valem,
se tem força esta sentença,
mor força terá a verdade.

O certo é, pátria minha,
que fostes terra de alarves,
e inda os ressábios vos duram
desse tempo e dessa idade.

Haverá duzentos anos,
nem tantos podem contar-se,
que éreis uma aldeia pobre
e hoje sois rica cidade.

Então vos pisavam índios,
e vos habitavam cafres,
hoje chispais fidalguias,
arrojando personagens.

Nota: entenda-se “Bahia” como cidade.

Gregório de Matos



Vocabulário
alarves - que ou quem é rústico, abrutado, grosseiro,
ignorante; que ou o que é tolo, parvo, estúpido.
ressábios - sabor; gosto que se tem depois.
cafres - indivíduo de raça negra.


12. (Uff 2011)  Todas as afirmativas sobre a construção estética ou a produção textual do poema de Gregório de Matos (Texto) estão adequadas, EXCETO uma. Assinale-a.
a) Existem antíteses, características de textos no período barroco.
b) Há uma personificação, pois a Bahia, ser inanimado, é tratada como ser vivo.
c) A ausência de métrica aproxima o poema do Modernismo.
d) O eu lírico usa o vocativo, transformando a Bahia em sua interlocutora.
e) Há diferença de tratamento para os habitantes locais e os estrangeiros.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
1Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
2 Estás, e estou do nosso antigo estado!
3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.

5 A ti trocou-te a máquina mercante,
6 Que em tua larga barra tem entrado,
7 A mim foi-me trocando, e tem trocado
8 Tanto negócio, e tanto negociante.

9 Deste em dar tanto açúcar excelente
10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda
11 Simples aceitas do sagaz Brichote.

12 Oh se quisera Deus, que de repente
13 Um dia amanheceras tão sisuda
14 Que fora de algodão o teu capote!

(MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998. p. 141.)


13. (Uel 2011)  A partir da leitura do texto, considere as afirmativas a seguir.

I. O poema faz parte da produção de Gregório de Matos caracterizada pelo cunho satírico, visto que ridiculariza vícios e imperfeições e assume um tom de censura.
II. As figuras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para expressar a existência de um triângulo amoroso.
III. O poema apresenta a degradação da Bahia e do eu-lírico, em virtude do sistema de trocas imposto à Colônia, o qual privilegiava os comerciantes estrangeiros.
IV. Os versos “Que em tua larga barra tem entrado” e “Deste em dar tanto açúcar excelente” conferem ao poema um tom erótico, pois, simbolicamente, sugerem a ideia de solicitação ao prazer.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

14. (Uel 2011)  No que diz respeito à relação entre o eu lírico e a Bahia, considere as afirmativas a seguir.

I. Na primeira estrofe, o eu lírico identifica-se com a Bahia, pois ambos sofrem a perda de um antigo estado.
II. Na primeira estrofe, a Bahia aparece personificada, fato confirmado no momento em que ela e o eu lírico se olham.
III. Na terceira estrofe, constata-se que a Bahia não está isenta da culpa pela perda de seu antigo estado.
IV. Na quarta estrofe, o eu lírico conclui que a lamentável situação da Bahia está em conformidade com a vontade divina.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

15. (Uel 2011)  Sobre figuras de linguagem no poema, considere as afirmativas a seguir.

I. A descrição do eu lírico e da Bahia configura uma antítese entre o estado antigo e o atual de ambos.
II. A antítese é verificada na oposição entre as expressões “máquina mercante” e “drogas inúteis”, embora ambas se refiram à Bahia.
III. Os versos 3 e 4 são exemplos do papel relevante da gradação no conjunto do poema, pois enumeram estados de espírito do eu lírico.
IV. Os versos “Um dia amanheceras tão sisuda / Que fora de algodão o teu capote!” configuram exemplos de personificação e metáfora, respectivamente.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.



Gabarito:  

Resposta da questão 1:
 [A]

Comentário de História: O poema denuncia os governantes e os mercadores usurários, que abusam do poder e dos privilégios que possuem, como representantes diretos da metrópole. Pode ser compreendido como expressão do nativismo, que antecede a defesa da independência colonial.

Comentário de Literatura: Gregório de Matos, autor inserido no Barroco brasileiro (1601- 1768), não poderia apresentar características neoclássicas típicas do estilo subsequente, o Aracadismo (1768- 1836), muito menos valorizar a estética parnasiana do final do século XIX ou desenvolver temática típica do Modernismo brasileiro das primeiras décadas do século XX, o que invalida as opções c), d) e e). Embora a preocupação do texto seja claramente a de satirizar a situação em que na época se encontrava a cidade da Bahia, não se pode afirmar que o texto faça apologia da independência brasileira, como é afirmado em b).

Resposta da questão 2:
 [D]

As opções [A], [B] e [C] são incorretas, pois:

Em [A], o poema não aborda conflitos entre fé e razão;
Em [B], a disposição dos versos em soneto manifesta-se em diversas estéticas literárias;
Em [C], a sátira, técnica literária que ridiculariza um determinado tema, é comum em diversos estilos.

Assim, é correta apenas [D], pois o Cultismo, vertente da estética barroca, valoriza a forma e a imagem através de jogos de palavras e preciosismo vocabular, destacando a habilidade verbal do escritor.

Resposta da questão 3:
 [A]

Enquanto os versos das opções [B], [C] e [D] revelam crítica à ambição sem escrúpulos, à hipocrisia social e à corrupção, em [A], é a ascensão de membros das classes inferiores aos postos tradicionalmente reservados à nobreza no Brasil Colônia que é metaforicamente criticada.

Resposta da questão 4:
 [B]

No verso da opção [B] existe antítese, e não paradoxo.

Resposta da questão 5:
 [C]

Apenas a segunda proposição é falsa, pois Tomás Antônio Gonzaga está inserido no período literário do Arcadismo, e Gregório de Matos, no Barroco.

Resposta da questão 6:
 [E]

Na primeira frase não se encontram desarmonia e contradição, pelo contrário, os versos saúdam, alegremente, o dia: "Amanheceu o dia prometido,/famoso, alegre, claro e prazenteiro”.

Resposta da questão 7:
 [C]

Apenas a afirmativa 2 é incorreta, pois a poesia erótico-irônica de Gregório de Matos apresenta a mesma riqueza de recursos que a utilizada em poemas líricos ou religiosos.

Resposta da questão 8:
 [C]

Gregório de Matos é fiel representante da estética do Barroco, no Brasil, estilo em que muitas vezes o tema é utilizado como simples pretexto para o exercício poético, desenvolvendo engenhosos jogos de conceitos, valorização do pormenor mediante jogos de palavras e linguagem rebuscada, culta, extravagante.

Resposta da questão 9:
 [D]

Nos dois primeiros versos, o eu lírico reconhece-se pecador e inicia a exposição da tese de que, mesmo assim, será abençoado com a graça divina, como se afirma em [D]. Nos dois últimos, surpreende com a aparente contradição de que quanto maior for o grau dos delitos, maior será a disposição de Deus em perdoar-lhe.

Resposta da questão 10:
 [A]

A obra de Gregório de Matos está vinculada ao movimento literário do Barroco, estilo que expressa atitudes contraditórias do autor perante o mundo, a vida, os sentimentos e ele mesmo. O homem vê-se colocado entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza, mas atormentado pela ideia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação, como sugere a opção [A].

Resposta da questão 11:
 [D]

No excerto do “Sermão de Santo Antônio”, Padre Antônio Vieira discorre sobre a depravação dos costumes com intenção marcadamente moralizante. O discurso é articulado através de paralelismos sintáticos (“Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber”), em que o termo “sal” é usado como metáfora da palavra divina que não é entendida ou divulgada adequadamente pelos pregadores. Assim, não há argumentação elogiosa aos evangelizadores, como se afirma em [D].

Resposta da questão 12:
 [C]

O poema apresenta métrica regular através do uso de versos heptassilábicos, ou redondilhos maiores, o que invalida a afirmação da opção c). Existem antíteses (“madre”X”madrasta”, “exaltar”X”abater”, ”aldeia pobre”X”rica cidade”) que expressam o dualismo do estilo barroco, a Bahia é personificada através do vocativo e interpelada pelo eu lírico [“Senhora Dona Bahia”(...) “ Dizei-me por vida vossa”] e o tema apresenta forte crítica à desigualdade de tratamento para os estrangeiros e habitantes locais.

Resposta da questão 13:
 [B]

O termo “Brichote”, nome pejorativo dado aos estrangeiros, tem a intenção de acentuar o tom sarcástico do poema, e os versos “Que em tua larga barra tem entrado” e “Deste em dar tanto açúcar excelente” sugerem que a Bahia permite a entrada dos mercadores em seus domínios sem restrições para as práticas comerciais, o que invalida as afirmativas II e IV. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 14:
 [D]

A expressão “Oh se quisera Deus” sugere exatamente o contrário do que se afirma em IV, pois revela o desejo de castigo divino, uma imprecação, perante os descalabros morais e políticos pelos quais a Bahia da época era também responsável. Esta situação contrasta com a da Bahia de antigamente, saudada nostalgicamente no primeiro verso (“Triste Bahia!”) e guardada na recordação do eu lírico, contraste evidente no par de adjetivos “excelente/inútil”, definidor das duas épocas em questão. Assim, apenas I, II e III são corretas.

Resposta da questão 15:
 [A]

Não existe antítese nas expressões “máquina mercante” e “drogas inúteis”, pois ambas traduzem aspectos negativos da Bahia daquela época, dominada pela lógica mercantil: (“A ti trocou-te a máquina mercante”), que beneficia o estrangeiro ao invés de proteger o nacional: (“Deste em dar tanto açúcar excelente/ pelas drogas inúteis”). Os versos 3 e 4 (“Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,/Rica te vejo eu já, tu a mi abundante”) enumeram características do eu lírico e da própria cidade, o que contraria a afirmativa III. Assim, apenas I e IV são corretas.



Desafio:

SONETO
Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ousadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco c'os demais, que só, sisudo.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1989. p. 253)


16. (Ufrj 2009)  O Barroco faz um uso particular de metáforas para concretizar abstrações. No texto, encontram-se vocábulos cujos significados constroem imagens vinculadas à travessia do eu-lírico no mundo. Retire do texto quatro vocábulos desse campo semântico, sendo dois verbos e dois substantivos.

Exercício para nota - Terceirão

(FUVEST) Nos enunciados abaixo, há adjuntos adnominais e apenas um complemento nominal. Assinale a alternativa que contém complemento nominal:


a) faturamento das empresas
b) distribuição de poderes de renda
c) energia desta nação
d) história do mundo 
e) ciclo de graves crises

(UEPG-PR) A oração que apresenta complemento nominal é:


a) Os pobres necessitam de ajuda.
b) Sejamos úteis à sociedade.
c) Os homens aspiram à paz.
d) Os pedidos foram feitos por nós.
e) A leitura amplia nossos conhecimentos.

(BANESPA) Assinale a alternativa em que o termo grifado é complemento nominal:


a) A enchente alagou a cidade.
b) Precisamos de mais informações.
c) A resposta ao aluno não foi convincente.
d) O professor não quis responder ao aluno.
e) Muitos caminhos foram abertospelos bandeirantes.

(FMU) Assinale a alternativa em que aparece um complemento nominal:

a) Sanches esteve frio.
b) Tive medo de perdê-lo.
c) Exprimia-se brevemente.
d) O caso era outro.
e) Manobrava, então, para voltar à carga.

Classifique os termos em destaque em complementos nominais ou adjuntos adnominais:


a) Tudo isso são coisas DA VIDA.
b) A aceitação DA PROPOSTA foi vital para o crescimento DA EMPRESA.
c) As donas DE CASA carecem de maior independência.
d) O futuro DA NAÇÃO depende de nós.

domingo, 6 de abril de 2014

Lista - 3° Mandela (para terça-feira!)


1. (Fgv 2013)  Leia estas frases:

I. Mandou, chegou.
(Slogan publicitário de uma empresa de serviço de encomenda expressa)

II. Vim, vi, venci.
(Tradução de uma frase latina, atribuída ao general e cônsul romano Júlio César)


a) A ordem dos verbos, nas duas frases, é aleatória ou é determinada por algum fator específico? Explique.
b) Transcreva essas frases, unindo as orações que compõem cada uma delas mediante o emprego das conjunções adequadas à relação de sentido que nelas se estabelece.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Não passa de asneira a recorrente ideia de que a corrupção é monopólio do governo, e a sociedade, sua vítima. A corrupção é, em larga medida, resultado de uma sociedade que não fiscaliza e, pior, em que alguns setores de elite são coniventes com as mais diferentes modalidades de mazelas, que vão de sonegar impostos até subornar o guarda. Estamos inventando até mesmo a fraude com doutorado.
A Folha divulgou detalhes do mercado da venda de dissertações de mestrado e de doutorado, por valores altos. Podem-se encontrar os vendedores abertamente na internet, todos eles, claro, titulados. Mas a verdade é que, junto com seus clientes, eles participam de uma fraude.

(Gilberto Dimenstein. Folha Online, 08/11/2005. Adaptado.)


2. (Ufpe 2012)  Incoerências, em um texto, podem ser causadas por diversos fatores, como transgressões de natureza sintática, relações semânticas impróprias entre orações, escolhas lexicais inadequadas, dentre vários outros. A tentativa de compreensão do texto de Dimenstein levou certo leitor a formular a seguinte conclusão:
“Segundo Dimenstein, a prática da corrupção implica a não fiscalização da sociedade e a conivência de alguns setores de elite.”

a) Essa conclusão é coerente? Justifique seu ponto de vista.
b) Como você formularia sua própria conclusão?
 
3. (Fuvest 2010)  Leia o seguinte excerto de um artigo sobre o teólogo João Calvino.

Foi preciso o destemor conceitual de um teólogo exigente feito ele para dar o passo racional necessário.
Ousou: para salvar a onipotência de Deus, não dá para não sacrificar pelo menos um quê da bondade divina.

Antônio Flávio Pierucci, Folha de S. Paulo, 12/07/2009.

a) O excerto está redigido em linguagem que apresenta traços de informalidade. Identifique dois exemplos dessa informalidade.
b) Mantendo o seu sentido, reescreva o trecho “não dá para não sacrificar pelo menos um quê da bondade divina”, sem empregar duas vezes a palavra “não”.
 
4. (Ueg 2008)  MEIO AMBIENTE
Umidade do ar chega a 11% e incêndios dobram

Sol se põe atrás de construção: imagem típica desta época do ano na capital
O POPULAR, Goiânia, 28 ago. 2007, p. 3.

As manchetes jornalísticas caracterizam-se pela objetividade, evitando comentários avaliativos e/ou explicações causais e descrições. Reescreva o texto em um período, explicitando informações avaliativas e descritivas subentendidas na manchete.
 
5. (Fuvest 2006)  CRIANÇAS PERGUNTAM... EINSTEIN RESPONDE!

O professor da 5a série de uma escola americana notou que seus alunos ficavam chocados ao aprender que os seres humanos são classificados no reino animal. Então sugeriu que escrevessem para grandes cientistas e intelectuais e pedissem a opinião deles sobre isto. Albert Einstein respondeu:
"Queridas crianças. Nós não devemos perguntar 'O que é um animal?', mas sim, 'Que coisa chamamos de animal?' Bem, chamamos de animal quando essa coisa tem certas características: alimenta-se, descende de pais semelhantes a ela, cresce sozinha e morre quando seu tempo se esgotou. É por isso que chamamos minhoca, a galinha, o cachorro e o macaco de animais. 'E nós, humanos?' Pensem nisto da maneira que eu propus anteriormente e então decidam por vocês mesmas se é uma coisa natural nós nos considerarmos animais".
"Ciência Hoje - Crianças".

a) Em sua resposta às crianças, Albert Einstein propõe a substituição da pergunta "O que é um animal?" por "Que coisa chamamos de animal?". Explique por que essa substituição já revela uma atitude científica.
b) Fazendo as adaptações necessárias e conservando o seu sentido original, reconstrua o último período do texto ("... Pensem nisto da maneira que eu ... animais."), começando com "(...) Decidam por vocês mesmas ... animais"

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
À TELEVISÃO

Teu boletim meteorológico
me diz aqui e agora
se chove ou se faz sol.
Para que ir lá fora?

A comida suculenta
que pões à minha frente
como-a toda com os olhos.
Aposentei os dentes.

Nos dramalhões que encenas
há tamanho poder
de vida que eu próprio
nem me canso em viver.

Guerra, sexo, esporte
- me dás tudo, tudo.
Vou pregar minha porta:
já não preciso do mundo.

PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.



6. (Uerj 2001)  "- me dás tudo, tudo.
já não preciso do mundo."

Esses versos poderiam ser reunidos em um único período, para expressar uma síntese do que se expõe no texto.
Reescreva esses dois versos em um período completo, unindo-os com um conectivo adequado.