segunda-feira, 5 de maio de 2014

ETAPA - Arcadismo

1. (Espcex (Aman) 2014)  Leia os versos abaixo:

“Se não tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.”

A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é
a) aurea mediocritas.  
b) cultismo.  
c) ideias iluministas.  
d) conflito espiritual.  
e) carpe diem.  
 
2. (Espcex (Aman) 2013)  Considerando a imagem da mulher nas diferentes manifestações literárias, pode-se afirmar que
a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu-lírico é feminino, mostrando o outro lado do relacionamento amoroso.  
b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir da escolha de um aspecto físico em que sua beleza se iguale à perfeição da natureza.  
c) no Realismo, a mulher era idealizada como misteriosa, inatingível, superior, perfeita, como nas cantigas de amor.  
d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e utiliza a dissimulação e a sedução, muitas vezes desencadeando crises e problemas.  
e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, evidenciando o poder por ela conquistado, enquanto os homens viviam uma paz espiritual.  

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A(s) questão(ões) a seguir toma(m) por base a letra de uma guarânia dos compositores sertanejos Goiá (Gerson Coutinho da Silva, 1935-1981) e Belmonte (Pascoal Zanetti Todarelli, 1937-1972).

Saudade de minha terra
De que me adianta viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar?
Adeus, paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar;
Ver a madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar.
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.
Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado.
Nesta nova vida, aqui da cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado;
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
E fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.
Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas.
Ia aos domingos passear de canoa
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doces lembranças daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas!
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia, mas também ensina.
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.
Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer.
Nesta madrugada, estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando a estrada,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo ali,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.

(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548, s/d.)


3. (Unesp 2013)  Relendo os primeiros seis versos da terceira estrofe, percebe-se que o conteúdo neles relatado apresenta analogia com a poesia do Arcadismo, de que foram típicos representantes em nosso país Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Indique uma dessas semelhanças.
 
4. (Uepa 2012)  “Sobre Bocage, sabemos que foi um homem situado entre dois mundos, entre as regras rígidas de um Arcadismo decadente, refletindo um mundo racional, ordenado e concreto, e a liberdade de um Romantismo ascendente, quando a literatura se abre à individualidade e à renovação".

(www.lpm-editores.com.br – 03.09.11)

O comentário acima nos permite concluir que Bocage sofreu a violência simbólica quando uma regra pastoril e neoclássica, disfarçada de gosto e verdade inquestionáveis, impediu parcialmente a expressão de sua liberdade criadora. Interprete os versos abaixo e assinale os que tematizam a resistência a tal regra.
a) Só eu (tirano Amor! tirana Sorte!)
Só eu por Nise ingrata aborrecido
Para ter fim meu pranto espero a morte.  
b) Ó trevas, que enlutais a Natureza,
Longos ciprestes desta selva anosa,
Mochos de voz sinistra e lamentosa,
Que dissolveis dos fados a incerteza;  
c) Das terras a pior tu és, ó Goa,
Tu pareces mais ermo que cidade,
Mas alojas em ti maior vaidade
Que Londres, que Paris ou que Lisboa.  
d) Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!  
e) Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro.  
 
5. (Upf 2012)  Na poesia de Cláudio Manuel da Costa verifica-se um conflito entre as solicitações da poética neoclássica ou árcade, que o levam a conceber artificialmente uma paisagem _________________, e o sentimento nativista do escritor, que o impele a aproveitar artisticamente a paisagem ______________ de sua pátria.

A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:
a) amena - bucólica  
b) rústica - bucólica  
c) bucólica - rústica  
d) rústica - amena  
e) bucólica - amena  
 
6. (Uepa 2012)  LXII

Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;
E o que 'té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.

O campo como locus amoenus, livre de mazelas sociais e morais, foi o grande tema literário à época neoclássica, quando a literatura também expressou uma resistência à Cidade, considerada então violento símbolo do poder monárquico e da corrupção moral. Interprete as opções abaixo e assinale aquela em que se sintetiza o modo de resistência expresso nos versos de Cláudio Manuel da Costa acima transcritos.
a) apego à metrificação tradicional  
b) bucolismo e paralelismo  
c) aurea mediocritas  
d) inutilia truncat  
e) fugere urbem  
 
7. (Ufsm 2012)  A luta é um dos assuntos preferidos da literatura épica. Leia o seguinte trecho do poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama, que trata desse assunto:

Tatu-Guaçu mais forte na desgraça
Já banhado em seu sangue pretendia
Por seu braço ele só pôr termo à guerra.
Caitutu de outra parte altivo e forte
Opunha o peito à fúria do inimigo,
E servia de muro à sua gente.
Fez proezas Sepé naquele dia.
Conhecido de todos, no perigo
Mostrava descoberto o rosto e o peito
Forçando os seus co'exemplo e co'as palavras.

Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações relacionadas com O Uraguai.

(     ) O assunto d' O Uraguai é a expedição mista de portugueses e espanhóis contra as missões jesuíticas do Rio Grande do Sul, para executar as cláusulas do tratado de Madrid, em1756.
(     ) Mesmo se posicionando favoravelmente aos vencedores europeus, o narrador de O Uraguai deixa perceber, em passagens como a citada, sua simpatia e admiração pelo povo indígena.
(     ) No fragmento referido, Tatu-Guaçu, Sepé e Caitutu têm exaltadas suas forças físicas e morais, lembrando os heróis épicos da antiguidade.
(     ) A análise formal dos versos confirma que Basílio da Gama imita fielmente a epopeia clássica, representada pelo modelo vernáculo da época: Os Lusíadas, de Camões.
(     ) A valorização do índio e da natureza brasileira corresponde aos ideais iluministas e árcades da vida primitiva e natural e prenuncia uma tendência da literatura romântica: o nativismo.

A sequência correta é
a) F – V – F – V – V.  
b) F – F – V – V – V.  
c) V – V – V – F – V.  
d) V – F – V – F – F.  
e) V – F – F – F – V.  

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelo e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)


8. (G1 - ifsp 2012)  Pode-se afirmar que se destaca no poema
a) o racionalismo, característica do Barroco.  
b) o conceptismo, característica do Arcadismo.  
c) o cultismo, característica do Barroco.  
d) o teocentrismo, característica do Barroco.  
e) o pastoralismo, característica do Arcadismo.  
 
9. (G1 - ifsp 2012)  A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico
a) valoriza os trajes ricos da cidade.  
b) despreza a vida humilde.  
c) manifesta preocupação religiosa.  
d) valoriza os benefícios de sua vida no campo.  
e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo.  

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
A beleza da forma física feminina constituiu assunto predileto da poesia arcádica brasileira. Leia as seguintes estrofes da Lira 27 de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga:

Vou retratar a Marília,
a Marília, meus amores;
porém como? se eu não vejo
quem me empreste as finas cores:
dar-mas a terra não pode;
não, que a sua cor mimosa
vence o lírio, vence a rosa,
o jasmim e as outras flores.

Ah! socorre, Amor, socorre
ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os astros, voa,
Traze-me as tintas do céu.
[...]
Entremos, Amor, entremos,
entremos na mesma esfera;
venha Palas, venha Juno,
Venha a deusa de Citera.
Porém, não, que se Marília
no certame antigo entrasse,
bem que a Páris não peitasse,
a todas as três vencera.

Vai-te, Amor, em vão socorres
ao mais grato empenho meu:
para formar-lhe o retrato
não bastam tintas do céu.


Vocabulário
Certame: disputa
Juno: deusa da mitologia romana, esposa de Júpiter
Palas: deusa da mitologia romana, presidia a guerra
Deusa de Citera: Afrodite, deusa do amor
Páris: príncipe troiano, responsável por escolher a deusa mais bela do Olimpo


10. (Ufsm 2012)  Relacione as colunas e, na sequência, assinale a alternativa correspondente.

1. Estética barroca
2. Estética árcade

(     ) Apresenta texto poético claro, conciso, objetivo, com estrutura frasal geralmente em ordem direta.
(     ) Caracteriza-se por figuras de linguagem, tais como: metáfora, antítese, hipérbole, alegoria.
(     ) Registra a ambiguidade, valorizando os detalhes, os jogos de palavras, a tensão entre os opostos e o conflito exposto pelos contrastes.
(     ) Retoma o ideal de simplicidade, herdado do modelo clássico greco-romano, correspondente à tradição do equilíbrio e da racionalidade: a justa medida.

A sequência correta é
a) 1 – 1 – 2 – 2.  
b) 2 – 1 – 1 – 2.  
c) 1 – 2 – 2 – 1.  
d) 2 – 1 – 2 – 2.  
e) 1 – 2 – 1 – 2.  
 
11. (Ufsm 2012)  Com respeito ao texto referido, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:
a) Na lira 27, Dirceu exalta a beleza de Marília e, para fazer isso, recorre a personagens da Antiguidade Clássica.  
b) Os versos dessa lira são regulares, formados por sete sílabas métricas.  
c) Com a alusão à tentativa de trazer as "tintas do céu" para pintar o retrato de Marília, o eu lírico sugere que a beleza dela atinge a esfera do divino, do sublime, transcendendo a beleza encontrada no mundo terreno.  
d) Há uma equivalência de sentido entre os quatro últimos versos da primeira estrofe e os quatro últimos versos da segunda estrofe.  
e) O eu lírico tem como interlocutor o Amor, isto é, a divindade da mitologia clássica que rege o sentimento amoroso.  
 
12. (Ufsm 2012)  O Arcadismo volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas. Nesse sentido, a estética árcade cria e segue um grupo de preceitos herdados do Classicismo. Assinale o trecho poético de Marília de Dirceu que corresponde ao preceito em negrito.
a) “Verás em cima da espaçosa mesa/altos volumes de enredados feitos;/ver-me-ás folhear os grandes livros,/e decidir os pleitos.” – Fugere urbem.  
b) “Enquanto pasta alegre o manso gado,/minha bela Marília, nos sentemos/à sombra deste cedro levantado./Um pouco meditemos/na regular beleza,/que em tudo quanto vive nos descobre/a sábia Natureza.” – Locus amoenus.  
c) “Se não tivermos lãs e peles finas,/podem mui bem cobrir as carnes nossas/as peles dos cordeiros malcurtidas,/e os panos feitos com as lãs mais grossas./Mas ao menos será o teu vestido/por mãos de amor, por minhas mãos cosido.” – Inutilia truncat.  
d) “Pela Ninfa, que jaz vertida em Louro,/o grande Deus Apolo não delira?/Jove, mudado em Touro/e já mudado em velha não suspira?/Seguir aos Deuses nunca foi desdouro./Graças, ó Nise bela,/graças à minha Estrela!” – Carpe diem.  
e) “Quando apareces/Na madrugada,/Mal-embrulhada/Na larga roupa,/E desgrenhada/Sem fita, ou flor;/Ah! que então brilha/A natureza!/Então se mostra/Tua beleza/Inda maior.” – Aurea mediocritas.  

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).

18
Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!

Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.

Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre.

Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
descansarei o já vergado corpo
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada.

As frias tardes, em que negra nuvem
os chuveiros não lance,
irei contigo ao prado florescente:
aqui me buscarás um sítio ameno,
onde os membros descanse,
e ao brando sol me aquente.

Apenas me sentar, então, movendo
os olhos por aquela
vistosa parte, que ficar fronteira,
apontando direi: — Ali falamos,
ali, ó minha bela,
te vi a vez primeira.

Verterão os meus olhos duas fontes,
nascidas de alegria;
farão teus olhos ternos outro tanto;
então darei, Marília, frios beijos
na mão formosa e pia,
que me limpar o pranto.

Assim irá, Marília, docemente
meu corpo suportando
do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
quem, sentida, chorando
meus baços olhos cerra.

(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)


13. (Unesp 2012)  Marque a alternativa em que o verso apresenta acento tônico na segunda e na sexta sílabas:
a) o tempo arrebatado.  
b) das belezas que teve.  
c) daqui a poucos anos.  
d) e ao brando sol me aquente.  
e) na mão formosa e pia.  
 
14. (Unesp 2012)  No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das características mais marcantes do Arcadismo:
a) paisagem bucólica.  
b) pessimismo irônico.  
c) conflito dos elementos naturais.  
d) filosofia moral.  
e) desencanto com o amor.  
 
15. (Unesp 2012)  A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico
a) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos.  
b) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor.  
c) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor.  
d) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana.  
e) não aceita de nenhum modo o envelhecimento e prefere morrer ainda jovem.  
 
Gabarito:

Resposta da questão 1:
 [A]

Do latim, “mediocridade dourada”, aurea mediocritas são as palavras usadas pelo poeta latino Horácio para exaltar as vantagens de uma condição de vida simples, média, sem luxo, mas também distante da pobreza. Esse conceito é apresentado pelo poeta nos versos, pois o eu lírico propõe a sua amada vestimentas rústicas, “com as lãs mais grossas”, em contraposição às “lãs e peles finas”.

Resposta da questão 2:
 [B]

As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois

[A] nas cantigas de amor, o eu lírico é masculino;
[C] a idealização é típica do Romantismo;
[D] o amor, o casamento, a relação homem e mulher são questões abordadas no Modernismo, questionamentos que provocam reconhecimento e valorização da mulher no espaço social da época;
[E] a estética barroca nega a concepção da figura do ser perfeito típico do Classicismo e apresenta a mulher como alguém dual, merecedora de elogios e também de críticas.

Assim, é correta apenas [B].

Resposta da questão 3:
 “Que saudade imensa, do campo e do mato,/Do manso regato que corta as campinas./Ia aos domingos passear de canoa/Na linda lagoa de águas cristalinas;/Que doces lembranças daquelas festanças,/Onde tinha danças e lindas meninas!”

O excerto acima retoma os tópicos do movimento neoclássico: busca da simplicidade em contato direto com a natureza bucólica (“manso regato”, “Na linda lagoa de águas cristalinas”) e o abandono do status social exigido na vida urbana, resumidos nos termos latinos LOCUS AMOENUS (lugar ameno) e FUGERE URBEM (fugir da cidade), respectivamente.

Resposta da questão 4:
 [E]

Embora a sua poesia esteja inserida no movimento árcade, Bocage é um autor que expressa o período de transição entre o estilo clássico e o romântico. O poeta muitas vezes oscila entre a convenção (“Razão”, “Mandas-me não amar”, “Dizes-me que sossegue”) e o imperativo do amor (“eu ardo, eu amo”, “eu peno, eu morro”), característica presente na estrofe da alternativa [E].

Resposta da questão 5:
 [C]

A poesia de Cláudio Manuel da Costa revela oscilação do eu lírico entre o apego à Metrópole, cuja ambientação se enquadrava no perfil do bucolismo árcade, e a identificação com natureza rústica da Colônia.

Resposta da questão 6:
 [E]

Os versos de Cláudio Manuel da Costa revelam o desejo do eu lírico de afastar-se da cidade: “Se o bem desta choupana pode tanto,/ Que chega a ter mais preço, e mais valia, / Que da cidade o lisonjeiro encanto;” e refugiar-se no campo “Aqui descanse a louca fantasia”.

Resposta da questão 7:
 [C]

Basílio da Gama escreveu O Uraguai inspirado em Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. No entanto, Basílio da Gama não imita fielmente a epopeia clássica de Camões. Enquanto Os Lusíadas é composto por 8.816 versos decassílabos, distribuídos em dez cantos, O Uraguai possui 1.377 versos brancos, sem estrofação regular, distribuídos em cinco cantos. Assim, a única afirmação falsa é a quarta, e a sequência correta é: V – V – V – F – V.

Resposta da questão 8:
 [E]

O Arcadismo, escola literária surgida na Europa no século XVIII e, por isso, também denominada setecentismo ou neoclassicismo, valoriza a vida simples, bucólica e pastoril (locus ameonus), refúgio para quem sentia a opressão dos centros urbanos dominados pelo regime do absolutismo monárquico.

Resposta da questão 9:
 [D]

O eu lírico dirige-se à mulher objeto da sua afeição e enumera-lhe as razões pelas quais se considera uma pessoa de sorte: ter boa aparência e ser dono de uma propriedade rural que lhe dá boas rendas. Assim, depreende-se que o eu lírico valoriza os benefícios da vida no campo, como se afirma em [D].

Resposta da questão 10:
 [B]

O Barroco foi um estilo artístico que se iniciou no final do século XVI na Itália. O termo “barroco”, em sua origem, significa “pérola irregular”, o que indica sua característica de excesso, excesso de sentimentos (o homem barroco vivia entre altos e baixos), de palavras, de figuras de linguagem, de oposições, de contrastes. Já o Arcadismo, escola literária surgida no século XVIII, valorizava o equilíbrio e a simplicidade, inclusive na forma, tendo em vista sua retomada dos valores clássicos. Assim, é correta a disposição: 2 – 1 – 1 – 2.

Resposta da questão 11:
 [D]

Nos quatro últimos versos da primeira estrofe, Dirceu afirma que a beleza de Marília é superior ao que de melhor se encontra na natureza. Marília é mais bela do que as mais lindas flores. Nos quatro últimos versos da segunda estrofe, ele compara a beleza da amada com a das deusas do Olimpo. Assim, no primeiro caso, a comparação é com elementos terrenos, no segundo, com elementos mitológicos. Desse modo, não é possível afirmar que haja equivalência.

Resposta da questão 12:
 [B]

O conceito Locus amoenus do Arcadismo diz respeito à busca de uma vida simples, bucólica, pastoril; ao refugiar-se em um local tranquilo, ameno, em oposição à vida nos centros urbanos. No trecho em questão, isso é claramente evidenciado: “nos sentemos/à sombra deste cedro levantado./Um pouco meditemos/na regular beleza,/que em tudo quanto vive nos descobre/a sábia Natureza”.

Resposta da questão 13:
 [A]

No verso “o tempo arrebatado”, a acentuação recai sobre a segunda e sexta sílabas, pois os termos “tempo” e “arrebatado” são paroxítonos: o/- tem/- po ar/- re/- ba/- ta-/ (do).

Resposta da questão 14:
 [A]

Expressões como “prado florescente”, “sítio ameno” e “brando sol” reproduzem o cenário idílico característico da poesia árcade. Inspirados na frase fugere urbem (fugir da cidade), do escritor latino Horácio, os autores árcades voltavam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril, do locus amoenus (refúgio ameno).

Resposta da questão 15:
 [B]

Em vários momentos, o eu lírico confessa-se resignado com a aproximação da velhice e inevitabilidade da morte, momentos que serão amenizados pela presença e amor de Marília.




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